No dia internacional da mulher, 8 de março, dignei-me a ficar calada e não desejar, pelo menos diretamente e com abraços e beijos, um feliz dia a mulher alguma. Eu mesma, a não ser dos e-mails de compras online, não recebi nenhum feliz dia. Então, olho por olho, dente por dente.
E por falar em olho por olho, dente por dente, assisti ao filme "Alexandria". Conta a história de Hypatia, filósofa, tendo como pano de fundo os conflitos entre judeus e cristãos. Era o início da igreja católica e em nome da fé, os irmãos matavam quem contrariasse a palavra do senhor.
E pela fé destes homens é que Hypatia foi assassinada, morta por apedrejamento. Porque em um sermão, o bispo daquela época leu um trecho das "escrituras". Nele, as mulheres deveriam se vestir com sobriedade ao extremo. Não deveriam participar da política, nem usar jóias, nem ensinar. Puxa, só sobrava mesmo a tarefa de cuidar dos homens e dos filhos! E Hypatia participava da política, estudava os astros, ensinava, tudo aquilo que jamais deveria ser feito. E ainda, questionava Deus!!! É o trabalho da filosofia...
Os cristãos da época destruíram a biblioteca de Alexandria, até hoje famosa pelo conhecimento que guardava. Hoje, para nós, seria apenas uma parte da história, em grande parte perdida. Mas afinal, qual o homem que não valoriza a história antiga, que conta os passos dados pela humanidade para chegarmos onde estamos?
Todos sabem que em nome da fé e de Jesus, muitas pessoas foram assassinadas. Por centenas de anos, a igreja católica influenciou a humanidade, religiosa e politicamente. Hoje, se eu não tivesse um mínimo de cultura, teria vergonha de dizer que sou cristã.
Mas, contariando aquelas atitudes, é que eu sou cristã e muito convicta. Pois eu acredito que Jesus veio ao mundo para trazer uma nova mensagem, diferente daquela de olho por olho, dente por dente. Ele nos ensinou a perdoar, agradecer e entender o inimigo. "Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem".
Por tudo isto é que Alexandria merece ser assistido. Eu não fui ao cinema, não teve apelo hollywoodiano. Mas, mesmo sem produção norte americana, o filme é um espetáculo. Para as mulheres, melhor tomar um calmante antes, a revolta no fim é certa. Ah, eu não contei o final do filme, não. Tem mais coisa, pode assistir. Só não fique com síndrome de Hypatia, querendo contrariar o marido ou o chefe. Nem se aproveite do dia internacional da mulher, a data não mudou muito o modo como somos vistas e tratadas. Jesus, de muitas maneiras, ensinou que, na vida, é melhor ter jogo de cintura.
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